sábado, 28 de junho de 2008

Crystal Days



Lembro que a primeira vez que escutei os Bunnymen, foi através de um amigo que me emprestou uma cópia feita de uma fita k7 que havia gravado de um amigo, que havia gravado de um outro amigo, que havia gravado de alguém que a pouco tinha retornado da Inglaterra. Naquela época as coisas eram assim, faziamos cópias de cópias, quase que inaudíveis, das novidades que aconteciam no centro do universo, digo Londres. Talvez toda esta estória não faça muito sentido para esta garotada que cresceu com internet, mas era assim que as coisas funcionavam naquela época. Lembro também de que nesta mesma época, eu tinha apenas 16 anos de idade, adorava os Pistols e acabara de conhecer Joy Divion, lembro dos meus cabelos emaranhados, dos meus coturnos roto, jeans rasgados, do meu capote azul de marinheiro trocado no porto em Rio Grande, lembro de ler Rimbaud e Isidore Ducasse nas horas frias, lembro de beber vinho sangue de boi no Pássaro Azul. Mas sobretudo, lembro nesta época de te-los escutado pela primeira vez, de ter escutado o disco que de alguma forma concretizaria a minha percepção do que é música, melodias pops bem construídas, riffs de guitarras rasgantes que parecem que vão chegar, mas não chegam a lugar algum, vocais doces, melancólicos, nostálgicos e letra extremamente poéticas...
Ocean Rain era o nome do disco, talvez o melhor disco dos anos 80, Killing Moon, Seven Seas, Crystal Days são apenas alguns dos hits mais conhecidos.
Em 1987, o Echo and The Bunnymen viria a Porto Alegre pela primeira vez, retornariam uma década e um pouco mais depois, tocaram no Opinião em 1999, seria a primeira vez que os veria tocar ao vivo. Vi-os tocar várias e várias vezes desde então, em diferentes continentes, em diferentes cidades, em diferentes lugares, no meio do campo sob chuva com os pés atolados ao barro e passando frio, em lugares apertados e lotados, cheirando a urina, cigarro e cerveja, em lugares imensos e vazios...
Esta semana, eles retornam a Porto Alegre para tocar mais uma vez no Opinião, será bom encontrar velhos amigos...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

THE MANHATTAN LOVE SUICIDES - KEEP IT COMING

É muito legal ver a garotada atual sendo influenciada pela cena shoegaze do final dos anos 80 e início dos 90, mas é ainda mais legal escutar estes escoceses do The Jesus and Mary Chain, que de certa forma iniciaram tudo isto 25 anos atrás, misturando surf music, guitarras lisérgicas e muito, mas muito barulho....

THE JESUS AND MARY CHAIN - YOU TRIP ME UP

terça-feira, 10 de junho de 2008

Nasce uma jovem galáxia


Uma das bandas que tem freqüentemente estado no meu playlist no último semestre, chama-se Young Galaxy, vindos não das terras gélidas da Escandinávia, mas sim do oeste congelante Canadense. Este dueto formado por Stephen Ramsay e Catherine McCandless reconstroi as paredes sonoras do shoegazer e low-fi dos anos 90, com fortes influências de duas das minhas bandas favoritas, Slowdive e Galaxie 500. Seria o nome Young Galaxy uma referência óbvia a estes últimos? Claro que sim, e isto se percebe em músicas como "Swing Your Heartache" do seu primeiro e único disco: Young Galaxy (2007). Canções simples, mas bem construídas, vocais melodiosos, letras bem escritas, uma suave melacolia e uma doce nostalgia permeam o disco por inteiro...

E sigo eu, cantarolando pelas ruas úmidas e cinzetas da minha cidade, o refrão de Swing your heartache
(...)
here's something that you should know
getting older doesn't always mean you grow
turning from the shadows following behind you
to stare at the sun can easily blind you
the only way to learn, you're not afraid to die
could very well involve risking your life
despite the contradictions that these worlds imply,
you've got to live on, live on, live on.

come on babe, swing your heartache
come on babe, swing your heartache

domingo, 1 de junho de 2008

The happiest song ever

Assim como os The Concretes, I'm from Barcelona é outro super-grupo que vêm da Suécia ...na verdade eles estão mais para um super-coral, criado por Emanuel Lundgren em 2005, hoje o grupo já conta com 29 componentes.
I'm from Barcelona lançou apenas um disco até o momento "Let Me Introduce My Friends" de 2006 e vários singles e EPs. No seu primeiro disco, que soa bem peculiar diria, conseguiram traduzir muito o que é o espiríto da cidade de Barcelona, cosmopolita, multi-facetada, antiga e moderna, mas principalmente ensolarada. Só a música "We are from Barcelona", já vale pelo disco inteiro, o vídeo mais ainda...é dizem que os suecos são frios e que não têm senso de humor... Esta é uma daquelas músicas para se tocar antes do trabalho em uma manhã de segunda-feira cinzenta e chuvosa de inverno, vai fazer o dia valer a pena.